segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Como colocar os medos no papel (e ser incoerente em relação a isso)


Parte 1

A primeira parte desta escrita talvez seja um pouco confusa, eu demoro a engatar em algum assunto e ir adiante. O importante é que você entenda onde eu quero chegar, então eu vou te dizer o fim pra entender o desenvolvimento: no fim todos morrerão. Não, não é uma história deprimente com alguém falando que o mundo acaba em trevas. Apesar estar certa quando digo que morreremos, o errado é a forma como se vê isso. Eu explico.
Comecei a escrever pensando nos meus medos, em tudo que fazemos erramos e acertamos, erramos para poder acertar, erramos para aprender a acertar e depois dá tudo certo. Só que em uma coisa eu já errei tantas vezes tentando ir pelo caminho correto que chegou à parte em que eu tenho medo disso, é como um trauma que nós mesmos criamos para evitar fazer aquilo de novo porque temos a certeza do erro iminente. Eu não sei como resolver, estou aqui e ainda não sei como fazer/lidar com esses medos e por isso resolvi escrever, talvez isso seja a fórmula.

Parte 2 (o medo mais temido)

Ele chega ser tão ridículo que todos que me conh
ecem convivem sabendo que eu o tenho, sabendo tanto que chega a ser normal quando ele aparece. Eu não tenho uma definição definida (me julguem) pra ele. Talvez o verbo seja enjoar ou cansar, mas como não é um adjetivo, porque eu sei que não é meu só está comigo, não dá pra escrever em uma palavra, mas dá para descrever em várias em exemplo: Eu canso de tudo que eu faço por muito tempo seja trabalho, seja escrever, seja ler, seja ouvir e assim por diante o que não me incomoda tanto, pois sair da rotina é até legal. O cúmulo mesmo é que eu canso das pessoas com quem eu estou. Isso, eu já desisti de tantas que até se tornou um medo. Medo de não conseguir casar, medo de não conseguir morar com alguém por muito tempo e medo de ter um filho. Colocando assim parece tão ridículo, mas pra mim já não é mais, virou rotina, está no cotidiano pensar (todos os dias, TODOS OS DIAS) na vontade de ter uma criança, um pacote de amor, umas mãozinhas suas para agarrar seu dedo todos os dias até assim ela resolver ir viver sua própria vida e mandar o pensamento pra longe porque simplesmente não dá, não dá, tu não vai querer ter ela todos os dias nos próximos meses e anos.
Eu escrevi agora e soou rude e egoísta, afinal tu não cria a criança pra ti, tu cria ela para o mundo. E ridículo (ta, ridículo é uma palavra forte, mas não me entendam mal, não é ridículo porque a pessoa falou o meu medo é que é) também soou quando todos que tem filhos te dizem que tu nunca vai saber como é o amor por alguém até tu ter um. Isso é mente fechada, sim (de novo não me julguem) porque você amaria só aquela pessoinha que saiu de ti? Ou aquelas duas ou três? Porque só aquelas ali? Tanta gente no mundo precisando de amor e tu amando só os teus filhos? Ah, mas isso não quer dizer, é claro, que tu vai tratar mal os filhos dos outros, não, claro que não. Mas é aí, eu não tenho um bloqueio em amar, amar é fácil, conviver é difícil.
E conviver com alguém diferente de ti, mesmo essa pessoa aceitando as tuas diferenças é difícil. É difícil tu ser legal com todos à tua volta, é difícil acordar de manhã e ser a pessoa mais amorosa e que semeia a paz afinal você é humano e você erra, e erra de novo, erra tantas vezes que cria um medo. Vai dizer que não?
O meu medo é tentar conviver e não conseguir chegando a afetar o meu pensamento como uma futura mãe ou esposa, futura chefe ou empregada dedicada, futuro ser humano tentando ser feliz.
Por que no final nós morremos, no início nós começamos a andar em direção à felicidade e até o último suspiro de uma vida carnal nós a buscamos. Morremos e nos tornamos uma luz que busca a felicidade e não vem nada depois disso a não ser que você consiga achá-la. Aí você será alguém que é eternamente feliz e que durante a busca conviveu com erros e medos mundanos.
Novamente eu peço que não julguem a partir do que leram e pensem apenas nos próprios erros. A vida não é perfeita, ela própria não é um erro, não é infernal e é difícil, é dura e cheia de coisas para temer. Então não me julguem pelo simples fato de que eu erro também por, talvez, ser imperfeita demais e temer algo que para os outros é inútil.
E me perdoem por sempre chegar ao final e citar uma teoria espiritualista (ou algo do tipo), não consigo me culpar por ter medo e depois não explicar para vocês e para mim mesma que tudo tem um por que, mesmo vendo a vida de forma tão bruta e lutando para conseguir consertar um medo que era erro no início.

Obrigada por ler.

Sofia.

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